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(…) Arquidamo (…) não terá ouvido sem espanto a resposta de Tucídides, ao qual perguntara quem era mais forte na luta, se Péricles, se ele: “Isso será difícil de verificar, pois quando o deito por terra, ele convence os espectadores que não caiu, e ganha”.

Com a tomada de posse da comissão política de secção PSD da Nazaré, foi oficialmente dado na segunda feira o tiro de partida para as autárquicas do próximo ano. Oficiosamente, as movimentações nunca param nos diversos quadrantes, incluindo o que não existe, e nos vários tabuleiros de xadrez a intensificação própria do período pré eleitoral já tinha sido feita há algum tempo.
A discussão não é de agora. Ao argumento que o sentido da política é a liberdade, muitos respondem que a democracia tem tudo de manipulativo e pouco de representativo.
Na Nazaré como em todo o lado, os trilhos políticos são fecundos e assumem as mais variadas formas.
Tentadoras promessas orais feitas em surdina, intenções de compromissos verbalizados e assinados que supostamente circulam em círculos restritos, lugares conseguidos, inversões que ainda hoje são difíceis de perceber depois de anos de luta oposta, estranhas alianças de circunstância que espantam os mais distraídos.
Tudo isto a experiente “envelhecida” (não referente à idade biológica, mas ao tempo de envolvência nesta arte), classe política nazarena domina com mestria. A novidade é um novo fenómeno que apesar de não passar despercebido às diversas esferas de decisão, constitui-se como um factor novo. Um meio de divulgação de informação, desinformação, se preferirem, colocando a nú na casa de cada nazareno, contradições dos actores políticos com rosto.
Um tremor vem em crescendo nas redes sociais. Identificados, com fotografia, brincalhões, anónimos, institucionais, educados, enigmáticos?…, cada dia mais, todos à sua maneira estão a projectar um pouco de cada um, fazendo política, da participada, da de fora dos gabinetes, sendo uma questão de tempo até que os políticos sejam obrigados a dispensar maior atenção à sensibilidade popular. Uma sensibilidade dura, crua, com um olhar de quem sente as amarguras diárias da vida real.
As novas tecnologias de comunicação estão a dar poder a um número crescente de nazarenos apolíticos, nazarenos apartidários, nazarenos que não fazem política porque recusam a política de militância, e é desta gente, de baixo, que os partidos terão que beber para a sintonia com o povo, os munícipes. Um refundar da democracia que passa a ter mais um tabuleiro de xadrez para jogar, um menos dissimulado, mais transparente e sobretudo, mais participativo.

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